Drai - Um Copo de Vinho

Quando paro para pensar
Sinto o peito faminto
Por palavras de afeção
E um copo de tinto

A intoxicação
Do corpo e da mente
Abranda a pulsação
Deixa o corpo dormente

Há histórias em que amar
É por instinto
Mas ao primeiro olhar
Aquilo que sinto
É tão mais complicado
Que um copo de vinho

Antes de par
Há que sermos partes integrais
E antes de lermos as mentes
Há que termos conversas normais

No fundo de um copo de shot
Há verdades que queremos esconder
E em busca de algo mais forte
Podes ser tu quem fica a perder
Há histórias em que amar
É por instinto
Mas ao primeiro olhar
Aquilo que sinto
É tão mais complicado
Que um copo de vinho

Tanto receio de dizer algo feio
E então me calo
E fico a ouvir-te

Não, não vou por o fim à minha vida
Só porque não te vou ver despida
Hoje
Eu tenho a paciência de um monge
Ai, doutora, olha o meu aspeto
Deixaste-me de peito aberto
Sem pontos
Um espaço vazio entre os ombros

Lento parece-me bem
Enquanto algo melhor não vem
Se há futuro, não sei
Ainda nem me apaixonei
Mas já penso em ti todo o tempo
Segue-se um tempo de ânsia e meditação
Porque o sexo é tenso se não houver uma ligação
Eu só te peço que entendas se não for minha vocação
Espero que a ânsia seja em vão

Não estás preparada e eu não sei do meu paradeiro
Se eu pusesse uma moeda no fundo do meu mealheiro
Sempre que há uma réstia de medo de morrer solteiro
Eu teria muito dinheiro

Há histórias em que amar
É por instinto
Mas ao primeiro olhar
Aquilo que sinto
É tão mais complicado
Que um copo de vinho