Pete Mcee - A Lágrima do Astronauta

{Verso}
Tô me sentindo um astronauta
Vivendo no mundo da lua
Vagando e divagando no meio da rua
Tô vendo quem atua, me olha e recua
A vida não e só festa, irmão
Tem que ter forca pra enfrentar a solidão
Ela testa tudo aquilo que não presta
Dentro da tua cabeça e confunde o coração
Eu me vejo como um pixo
No topo do prédio mais alto
Mas tem vezes que eu me sinto um lixo
Meu ego me derruba de cara no asfalto, vai
Percebo que eu sou poeira
Eu e minha caneta
Sempre fazendo sujeira
Disposto a cantar tudo aquilo que é podre
Que eu acumulei durante minha vida inteira
Pros copos que sujaram minha casa
As buchas que sujaram minhas mãos
Os corpos que cortaram minhas asas
Hoje são aqueles que eu corto a relação
A pintura na tela
É o cavalete de madeira e a tinta amarela
O homem de capacete que entrou na favela
Pintou de vermelho a calçada de terra
Mas ele não tava lá
No velório do filho que a mãe enterra
Eu sinto o peso da lagrima dela
Me sinto preso, meu corpo é uma cela
Tem vezes que dá vontade voar pra outro plano
Encontrar meu outro mano que partiu antes da hora
Por que ninguém avisa que vai embora?
Por que eu morro por dentro e suporto por fora?
A gente vive com pressa
Com medo do passeio de Osíris
Vai nessa de ser viril, receio
Querendo tesouro
Mas incapaz de enxergar a beleza no arco iris
É tudo tao fútil, me sinto um inútil
No meio dessa selva de pedra, o mundo é hostil
Quem disse que não mentiu
Falando de proteção e te apontando um fuzil
Nos somos frágeis iguais as crianças
No meio de um naufrágio
Problemas do tamanho de um estádio
Me diz o que vem depois
Se essa nossa passagem é só um estagio
E eu tento não contar com mau pressagio
Utilizando ritmo de remédio
Faço meu sonho se tornar palpável
Pra quem achava que era impossível ou inalcançável
Pra que todos os problemas que eu causei
Se apaguem nas vezes que eu orgulhei minha coroa
Pra que todo sacrifício vale a pena
E pra que essa encarnação não seja à toa