Alberto Nepomuceno - Dolor supremus
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Aos corações que vivem na amargura
Ouvi dizer mais de uma vez: "O amor
É das noites a noite mais escura
Das dores todas a suprema dor."
E eu a alheia miséria contemplando
A mim mesmo sorrindo perguntava:
"Quando o acharás também, minh'alma, quando
Do seu poder hás de cair escrava?"
Mas quando nem supunha certamente
Que pudesse ser presa desse mal
Feriu-me o peito inesperadamente
A mesma dor insólita e brutal
Busquei na ausência o bálsamo do tédio
Consolo à mágoa lenitivo ao pranto
E pior do que o mal foi o remédio
Que eu não supunha que amargasse tanto
Ouvi dizer mais de uma vez: "O amor
É das noites a noite mais escura
Das dores todas a suprema dor."
E eu a alheia miséria contemplando
A mim mesmo sorrindo perguntava:
"Quando o acharás também, minh'alma, quando
Do seu poder hás de cair escrava?"
Mas quando nem supunha certamente
Que pudesse ser presa desse mal
Feriu-me o peito inesperadamente
A mesma dor insólita e brutal
Busquei na ausência o bálsamo do tédio
Consolo à mágoa lenitivo ao pranto
E pior do que o mal foi o remédio
Que eu não supunha que amargasse tanto